- Tom… - Sussurrou Mel. Ela própria estava prestes a desabar em lágrimas por ver Tom naquele estado.
- Desculpa Mel. Eu não queria estar assim, mas não consigo. A dor continua a ser demasiada.
- Podia dizer-te que consigo perceber, mas não. Nunca perdi a pessoa que mais amo. E tenho medo que isso me aconteça, porque implicaria perder-te. – Tom olhava para Mel com um olhar incrédulo. Puxou Mel para si e abraçou-a. Abraçou-a com todas as suas forças. As suas lágrimas já não ameaçavam cair. Mel trazia de novo o conforto que Tom necessitava.
- Vamos? – Perguntou Tom forçando um pequeno sorriso. Mel acenou afirmativamente com a cabeça e entraram no carro de Tom. A viagem era longa e Mel sabia que era melhor não falar com Tom. Tom tentava concentrar-se na condução e evitar que a sua mente fosse arrastada para as suas memórias. Uma hora mais tarde Tom parou o carro. Ficou imóvel ainda com as mãos no volante e os olhos fechados. Mel pousou a sua mão sobre o braço de Tom.
- Tom eu estou contigo. Não vai acontecer nada. Pensa que ela está bem, onde quer que esteja. – Tom respirou fundo e olhou para Mel.
- Eu sei. Quero que venhas comigo enquanto falo com ela.
- Tom é melhor não. Precisas de estar sozinho neste momento.
- Preciso de estar contigo. Por favor Mel. – Mel assentiu com a cabeça. Saíram ambos do carro e desceram o areal. Mel parou no início da areia molhada. Tom continuava em frente. Ajoelhou-se perto o suficiente do mar onde pudesse depositar a rosa sem se molhar. A rosa abanava levemente com a corrente, afastando-se cada vez mais de Tom.
- Um ano. – Proferiu Tom deixando uma lágrima escorrer.