Tom baixou o olhar para que Mel não visse as lágrimas que haviam surgido nos seus olhos. Inevitavelmente, Mel reparou. Sentou-se na relva, descalçou as suas sapatilhas, levantou as calças e mergulhou os pés na água fria da piscina. Tom seguiu-lhe o exemplo.
- Aconteceu alguma coisa com ela, não aconteceu? Eu sei que estás triste.
- Sim, aconteceu.
- Sei que mal me conheces, mas se precisares de desabafar, eu posso ouvir. – Tom hesitou um pouco à proposta de Mel. Depois de ter aberto várias vezes a boca para tentar escolher as palavras certas, decidiu contar-lhe.
- Ela… ela partiu.
- Partiu? Queres dizer que acabaram?
- Não. Ela… morreu.
- Desculpa, não sabia. Deve-te custar imenso falar deste assunto.
- Sim, custa. Ela era tudo o que eu tinha, e de repente perdi tudo.
- Mas não tens mais ninguém? Família, amigos…
- Tenho a minha família e os meus amigos, claro. Mas ela era aquela pessoa que me completava. Tu deves perceber o que eu sinto. O teu namorado deve-te fazer bastante feliz.
- Sim, não me posso queixar. Mas a minha vida mudou muito graças a ele.
- Porquê?
- Ele é actor e vive em Londres. Eu vivia em Portugal. Não sei se conheces…
- Sim, conheço. A minha namorada era de lá.
- Pois… Bem, o meu pai é o manager do Dan e mudámo-nos para Londres. Foi assim que o conheci e agora namorámos. Tive que deixar tudo e todos por causa dele, mas não me arrependo de nada.
- Ele tem muita sorte em ter uma rapariga como tu do seu lado… - Mel pousou a sua mão sobre a de Tom e olhou-o nos olhos.
- Tenho a certeza que a tua namorada foi bastante feliz enquanto estiveram juntos. – Tom mostrou-lhe um sorriso como agradecimento do elogio. Um sorriso triste, mas ainda assim, um sorriso.
- Não tenho assim tanta certeza. Talvez se eu não tivesse entrado na sua vida, ela poderia ainda estar viva.
- Não digas isso Tom. O destino acabaria por ser cumprido. De uma maneira ou de outra.
- Mas se ela não estivesse comigo naquela altura, a nossa história podia ter um final diferente. Um final feliz.
- Tu estavas com ela, quando tudo aconteceu?
- Estava. Ela morreu á minha frente, para me proteger.
- Para te proteger?
- Sim. A minha banda tem imensos fãs, mas um enorme número de antis. E alguns deles reuniram-se para me tentarem matar.
- E como é que ela te protegeu?
- Foi num aeroporto. Eu estava-me a despedir dela, porque ia iniciar uma nova tour. Esses antis tentaram balear-me mas ela colocou-se à minha frente e atingiram-na a ela. Passou-se tudo em meros segundos, mas para mim pareceu uma eternidade. Vê-la cair nos meus braços e esvair-se em sangue… - Uma lágrima escorreu pelo rosto de Tom. Mel abraçou-o e Tom deixou-se ser aconchegado.
O telemóvel de Mel tocou e o abraço teve de ser quebrado. Mel olhou para o visor mas não atendeu, limitou-se a sorrir.
- Tenho de ir embora. Ficas aqui até quando?
- Até amanhã à tarde. Depois volto para Magdburg.
- Está bem. Pode ser que nos voltemos a ver. – Piscou-lhe o olho, levantou-se, pegou nas suas sapatilhas e deu um beijo na face de Tom.
- Espero que sim. – Tom ficou a vê-la afastar-se. Depois disso, levantou-se e regressou ao seu quarto de hotel.
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