Na manhã seguinte, Tom acordou primeiro. Continuava a abraçar Mel, que dormia com um sorriso no rosto. Levantou-se com todo o cuidado que conseguiu para não a acordar. Tomou um duche e vestiu as suas habituais roupas. Saiu de casa em silêncio para não acordar nem Bill, nem Mel porque era bastante cedo. O sol voltava a brilhar no céu, apesar de o ar continuar frio. Passou pelo jardim de sua casa e colheu uma flor. Sabia que estava na altura de voltar a um sítio especial. Entrou no seu Cadillac. A viagem era longa. Conduziu para bastante longe de Berlim, para a praia mais próxima. Uma hora mais tarde, parou o carro junto de um areal deserto. Saiu do carro e atravessou todo aquele areal de cabeça baixa. Sentou-se na areia molhada de olhos fechados a escutar o barulho das ondas. Pousou a rosa vermelha que havia colhido no seu jardim, sobre o mar. Viu-a ser levemente arrastada pela água. Sussurrou a mesma música de sempre, que apesar de ser já tão conhecida, era perfeita.
Du wirst für michimmer heilig seinIch sterbfür unsere UnsterblichkeitMeine Handvon Anfang anüber DirIch glaub an DichDu wirst für michimmer heilig sein
- Olá amor… Certamente já sabes porque estou aqui. Não o queria fazer, mas não posso continuar a negar. Sei que não o querias. Não consigo continuar assim, sem te contar. Estou apaixonado pela Mel. Não o consegui evitar. Não pedi que isto acontecesse, não queria. – Tom levantou-se. Uma rajada de vento invadiu Tom, como se o tentasse abraçar. Tom sabia que era ela, a sua namorada. As lágrimas começavam a cair dos seus olhos.
- Prometo-te que continuarei a ser eternamente teu. Nunca irei amar a Mel como te amo a ti. – Limpou as lágrimas, voltou para o carro e dirigiu-se de volta a Berlim.