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domingo, 12 de outubro de 2008

"Happy ending?" ... 39º Capítulo

O vento ia ficando cada vez mais forte. Tom ficara novamente em silêncio. Conseguia sentir o perfume da sua namorada no ar. Um pouco afastada de Tom, Mel observava-o. Queria correr até ele. Abraçá-lo com todas as suas forças. Dizer-lhe que estava tudo bem e que queria ficar com ele para sempre. Queria poder fazer da tristeza de Tom, sua. Era doloroso ver Tom naquela tristeza profunda. Conseguia ouvi-lo falar, apenas num sussurro.
- Um ano. Um ano sem ti. Um ano de sofrimento. O pior ano da minha vida, mas ao mesmo tempo um dos melhores. Perdi-te, mas ganhei outra pessoa especial. – Tom conseguiu sorrir, apesar das inúmeras lágrimas que percorriam o seu rosto. Queria gritar até ficar sem voz. Queria fazer justiça com as suas próprias mãos e matar quem lhe tirou a coisa mais preciosa da sua vida. Cerrou os punhos e embateu com eles na areia fria. Mel apercebeu-se de que Tom não estava bem e aproximou-se. Ajoelhou-se atrás de Tom e pousou a mão no seu ombro. Tom não conseguia sentir Mel junto de si. A raiva crescia instantaneamente. Depois de um ano em que se conseguira controlar, sentia que iria ser naquele momento que ia desabar. O seu olhar estava centrado na linha que parecia marcar o fim do mar. Mel abraçou-o mas Tom não correspondeu.
- Eu estou contigo Tom. Fala comigo. Deixa sair toda a tua dor. – Tom continuava sem reagir. Sabia que quando finalmente conseguisse falar, iria gritar e culpar o mundo de toda a sua infelicidade.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

"Happy ending?" ... 3º Capítulo

- Tom… - Sussurrou Mel. Ela própria estava prestes a desabar em lágrimas por ver Tom naquele estado.
- Desculpa Mel. Eu não queria estar assim, mas não consigo. A dor continua a ser demasiada.
- Podia dizer-te que consigo perceber, mas não. Nunca perdi a pessoa que mais amo. E tenho medo que isso me aconteça, porque implicaria perder-te. – Tom olhava para Mel com um olhar incrédulo. Puxou Mel para si e abraçou-a. Abraçou-a com todas as suas forças. As suas lágrimas já não ameaçavam cair. Mel trazia de novo o conforto que Tom necessitava.
- Vamos? – Perguntou Tom forçando um pequeno sorriso. Mel acenou afirmativamente com a cabeça e entraram no carro de Tom. A viagem era longa e Mel sabia que era melhor não falar com Tom. Tom tentava concentrar-se na condução e evitar que a sua mente fosse arrastada para as suas memórias. Uma hora mais tarde Tom parou o carro. Ficou imóvel ainda com as mãos no volante e os olhos fechados. Mel pousou a sua mão sobre o braço de Tom.
- Tom eu estou contigo. Não vai acontecer nada. Pensa que ela está bem, onde quer que esteja. – Tom respirou fundo e olhou para Mel.
- Eu sei. Quero que venhas comigo enquanto falo com ela.
- Tom é melhor não. Precisas de estar sozinho neste momento.
- Preciso de estar contigo. Por favor Mel. – Mel assentiu com a cabeça. Saíram ambos do carro e desceram o areal. Mel parou no início da areia molhada. Tom continuava em frente. Ajoelhou-se perto o suficiente do mar onde pudesse depositar a rosa sem se molhar. A rosa abanava levemente com a corrente, afastando-se cada vez mais de Tom.
- Um ano. – Proferiu Tom deixando uma lágrima escorrer.

domingo, 14 de setembro de 2008

"Happy ending?" ... 37º Capítulo

- Mel, de certeza que não te importas de fazer isto?
- Não Tom. Tu precisas de alguém do teu lado neste momento. – Mel deu um beijo na face de Tom, que sorriu. Saíram de casa de Tom de mãos dadas. Tom dirigiu-se ao seu jardim para apanhar a habitual rosa vermelha. Mel interceptou-o.
- Leva antes esta. – Disse passando para a mão de Tom uma rosa branca.
- A rosa branca simboliza a pureza dos teus sentimentos e o amor que
ainda sentes por ela. – Tom levantou-se e fixou a rosa. Era especialmente bonita. As suas pétalas eram perfeitas. O seu aroma agradável. Nunca tinha visto uma rosa tão bonita, entre todas que tinha levado para a sua namorada nas suas visitas à praia. A rosa trazia-lhe recordações. Agradáveis recordações.

*Início Flashback*
Raquel olhava através da janela para o dia triste e cinzento que se pintava no exterior. Os trovões faziam-se ouvir. A chuva batia fortemente na janela, como se quisesse entrar a todo o custo. Raquel sentiu uma mão no lado esquerdo da sua cintura. Fechou os olhos e sorriu. Tom sussurrou-lhe:
- Uma flor para outra flor. – Raquel abriu os olhos e Tom estendeu-lhe uma rosa. Uma rosa vermelha.
- Elogio mais piroso Tom. Que coisa antiga!
- Tu trocas-me as ideias todas e eu não consigo inovar. – Tom beijou a sua namorada cuidadosamente, como se tivesse medo de a magoar.
- E uma rosa vermelha? Isso é para quem já morreu, e eu não te tenciono deixar. – A rapariga sorriu. Os olhos de Tom sempre brilharam com aquele sorriso, e desta vez não foi excepção.
*Fim Flashback*

- Mas deixaste… - Sussurrou Tom. Uma lágrima rolou pela sua face, desaparecendo na perfeição da rosa.

sábado, 13 de setembro de 2008

"Happy ending?" ... 36º Capítulo

Mel mudou as suas coisas para o quarto de Tom. Tinha ficado decidido que ficariam os dois juntos no mesmo quarto. Não sentiam que tinham um relacionamento sério mas sim algo especial, único. Os dias foram passando, acabando por se tornarem semanas. Mel e Tom sentiam-se cada vez mais próximos. 2 de Fevereiro de 2008. Tom e Mel viam um filme na sala de estar.
- Tom, tens planos para amanhã? – Perguntou Mel enquanto se aconchegava no abraço de Tom por baixo de um cobertor. Tom fechou os olhos para evitar as lágrimas de caírem. Não queria que aquele dia chegasse. Desejou puder fazer parar o tempo, apesar de saber que não o conseguia por mais que tentasse.
- Amanhã… Eu… Eu… - As lágrimas tornavam-se cada vez mais consistentes nos olhos de Tom. O seu coração batia fortemente mas lentamente ao mesmo tempo. Mel sentiu Tom estranho. Retirou-se do seu abraço, ficando sentada no sofá ao lado de Tom que não a olhava. Uma lágrima caiu dos seus olhos, desaparecendo no cobertor. Mel colocou a mão direita na face de Tom, fazendo com que o seu olhar se encontrasse com o dela.
- Tom… É ela, não é? Por favor, conta-me o que te perturba no dia de amanhã. – O corpo de Tom encontrava-se ali, mas não a sua mente. Essa, afundara-se no olhar castanho de Mel. Tom recordava-se daquele mesmo dia do ano interior.

*Início Flashback*
- Amo-te, sabias? – Dizia Tom enquanto amarrava a sua namorada pela cintura, fazendo os seus corpos quentes aproximarem-se. A rapariga sorriu e rodeou o pescoço de Tom com os seus braços.
- Se eu disser que não, consegues provar-mo? – As mãos de Tom subiram as costas da rapariga, acabando pousadas na sua cara. O olhar de Tom atravessava-a. Nunca conseguira resistir aquele olhar cor de chocolate de Tom. O seu coração batia velozmente, tal como de todas as outras vezes que Tom a olhava daquela maneira. Os lábios de ambos iam-se aproximando. Deixaram que os seus olhos se fechassem. Antes que o beijo se pudesse formar, Tom sussurrou:
- Amo-te mais do que tudo na minha vida. Largava tudo neste momento por ti. Nunca duvides disso.
- Eu não duvido Tom. – Respondeu-lhe. Finalmente, uniram com a maior perfeição, alguma vez conseguida, os seus lábios.
*Fim Flashback*

- Amanhã… Faz um ano que ela morreu. – Tom não conseguiu evitar mais as lágrimas. Mel abraçou-o. Lágrimas grossas caíam dos olhos de Tom e pareciam não ter fim. Abraçou Mel com força. Só ela era capaz de o ajudar naquele momento.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

"Happy ending?" ... 35º Capítulo

Tom e Mel sorriam depois do beijo. Os olhos de ambos brilhavam. Estavam realmente felizes por finalmente terem percebido que se amavam.
- Obrigado Mel.
- Pelo quê?
- Pelo simples facto de teres entrado na minha vida. Voltaste a fazer-me sorrir com antes.
- É tão bom ver-te assim: Feliz…
- E agora já sabes o que vais fazer?
- Não. O Dan vai voltar hoje para Londres. Eu também o devia fazer, mas não te quero deixar por mais um tempo indeterminado.
- Fica comigo. Muda-te para minha casa.
- Não sei se é boa ideia Tom.
- Por favor Mel. Tu própria disseste que não te queres afastar…
- Eu sei Tom. E o teu irmão? A casa não é só tua. E além disso, vou ficar sozinha quando partires em tour?
- Simples, vens comigo.
- Eu não sei se te lembras, mas eu estudo.
- A Internet é algo fantástico, sabias?
- Tenho de conversar com o meu pai. Mas até lá podemos não pensar nisso?
- Sim. Mas durante estes dias ficas comigo.
- Aí concordo. Tenho de voltar ao hotel para ir buscar as minhas coisas.
- Precisas de ajuda?
- Se não for pedir muito.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

"Happy ending?" ... 34º Capítulo

- Mel…
- Não Tom. Nós não podemos estar juntos. Não é o nosso destino, percebes? – Mel pousou a sua mão sobre o rosto de Tom. Os seus olhos brilhavam com as lágrimas. Não queria ficar separada de Tom, mas sabia que o seu final não era ao lado dele. Tom pegou na mão de Mel, que se encontrava pousada na sua face, e lançou-lhe um olhar de súplica.
- Não Mel, não percebo. Se finalmente admitimos que nos amámos, porquê continuarmos separados?
- Tom, não compliques as coisas. Tu podes amar-me e eu acredito nisso, mas tu não me pertences. Tu pertences à tua namorada. Assim como eu. Eu amo-te, mas também não te pertenço. Posso ter acabado a minha relação com o Dan, mas sei que é com ele que vou ter o meio final. Não sei se triste ou não, isso só o tempo o dirá, mas sei que é com ele que o livro da minha vida acabará. Mas até lá, muitas páginas em branco estão ainda por escrever. – Mel sorriu e piscou o olho a Tom.
- Então isso quer dizer que entre nós nunca haverá nada? – Mel soltou uma pequena gargalhada. Tom estava realmente aflito com a explicação de Mel e aí sim, Mel pode constatar que os sentimentos de Tom por ela eram sinceros.
- Eu não disse isso, pois não?
- Tu deixas-me confuso…
- Talvez isto te ajude. – Mel beijou Tom. O beijo mais especial entre todos trocados até aí, porque fora o primeiro que Mel dava a Tom por vontade própria. Todos os outros foram o impulso do momento, e Mel arrependera-se de todos eles. Mas este era diferente, era único.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

"Happy ending?" ... 33º Capítulo

- Olá Dan.
- Olá Mel. Já tomaste o pequeno-almoço?
- Não.
- Serve-te. – Mel seguiu o conselho de Dan. Gerou-se o silêncio durante minutos. Dan sabia que a sua reacção tinha sido errada, por iniciou a conversa.
- Mel, desculpa. Não devia ter reagido daquela maneira. Eu não o conheço e…
- Tudo bem Dan. Mas aquilo fez-me perceber. Tu tens razão…
- Não Mel, não tenho. Tu amas-me e vamos ficar juntos para sempre. – Dan agarrou a mão de Mel, na esperança de Mel lhe dizer que tinha razão. Mas Mel retirou a mão e negou.
- Não Dan. Eu já não te amo. És especial para mim, mas não dessa maneira. Desculpa. – Mel levantou-se e Dan amarrou um dos seus braços.
- Por favor Mel, não faças isso. Eu preciso de ti.
- Não Dan. Desculpa.
- Mel, eu vou embora hoje à tarde.
- Mas eu não Dan. Adeus. – Dan largou o seu braço e Mel saiu do hotel. À sua espera ainda se encontrava Tom. Mel entrou no carro e sorriu.
- Então? Como é que correu?
- Acabámos.
- A sério? E agora isso significa o quê?
- Significa que estou livre e descomprometida. – Tom abraçou Mel com toda a força que conseguiu. Aquilo era o início do seu retorno à felicidade.
- Então, isso também significa que podemos ficar juntos?
- Não Tom. – Não? Tom estava confuso. Sabia que Mel o amava e agora encontrava-se livre, mas mesmo assim não podiam ficar juntos? Mel continuava a sorrir-lhe como se tivesse respondido a uma questão normal, o que deixava Tom ainda mais baralhado.

domingo, 31 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 32º Capítulo

- Eu também te amo Tom. Não posso continuar a negá-lo. Mas… - Tom pegou na cara de Mel com as mãos. Olhou-a bem nos olhos. Controlou-se para não a voltar a beijar, pois os lábios de Mel pediam-no novamente.
- Não existe nenhum “mas” Mel. Nós devíamos estar juntos.
- Não é assim tão fácil Tom. O Dan ainda me é muito. Eu continuo a gostar dele, apesar de tudo. Eu preciso de esclarecer os meus sentimentos e só depois decidir o que fazer.
- Claro, eu percebo.
- Bem, vou tomar um duche e vou ter com o Dan.
- Está bem. Queres que te leve até ao hotel?
- Se não te importares… - Disse Mel entrando na casa de banho. Uma hora mais tarde, Tom parava o carro em frente ao hotel. Mel saiu, despedindo-se de Tom com um beijo no canto dos seus lábios. Entrou no hotel e dirigiu-se à recepção.
- Bom dia.
- Bom dia. – Respondeu-lhe uma das recepcionistas do hotel, com um sorriso.
- Menina, o menino Daniel está à sua espera na sala de refeições do hotel.
- Sim, obrigada. – Mel reuniu toda a coragem que conseguiu e encaminhou-se à sala de refeições. Dan tomava o pequeno-almoço sozinho, numa das mesas do enorme salão. Mel sentou-se a seu lado.

sábado, 30 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 31º Capítulo

Voltou para casa, onde ainda tudo se encontrava em silêncio. Subiu para o seu quarto. Mel continuava a dormir pacificamente. Tom ajoelhou-se ao lado da cama e afagou-lhe o cabelo. Passou a sua mão sobre a face de Mel. Percorreu cada traço do seu rosto com todo o cuidado. Mel estremeceu e abriu os olhos. Sorriu imediatamente ao ver Tom.
- Bom dia.
- Bom dia Tom. Já estás a pé?
- Sim. Precisei de sair. Esclarecer sentimentos, entendes?
- Acho que sim.
- E tu? Estás melhor?
- Sim. Só tenho de falar com o Dan e volta tudo ao normal.
- Vais voltar para ele? – Tom falou com a tristeza na voz. Não queria perder Mel. Iria custar-lhe vê-la novamente com Dan quando finalmente tinha admitido que se voltara a apaixonar.
- Não sei. Eu amo-o, mas… - Tom não hesitou e beijou Mel. O seu coração disparou. Sentia as chamadas “borboletas no estômago”. O tempo parou. Aquele momento era apenas de Tom e Mel. A única coisa que se movia no quarto eram ambos. Mel caiu na realidade e apercebeu-se do erro que estava a cometer. Ainda não tinha a certeza se queria acabar com Dan e ficar com Tom. Pousou a sua mão sobre o peito de Tom e afastou-o.
- Não Tom…
- Desculpa. Devia ter-me controlado.
- Eu não te quero dar esperanças de algo que pode nunca vir a acontecer.
- Só quero que saibas que… - Tom hesitou. Iria revelar os seus sentimentos, mas tinha medo que Mel o rejeitasse.
- Que?
- Que eu te amo Mel e esperarei por ti o tempo que for necessário. – Mel ficou surpresa com as palavras de Tom. A sua relação poderia nunca vir a resultar, mas Tom não desistia. Mel sorriu e respondeu-lhe.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 30º Capítulo

Na manhã seguinte, Tom acordou primeiro. Continuava a abraçar Mel, que dormia com um sorriso no rosto. Levantou-se com todo o cuidado que conseguiu para não a acordar. Tomou um duche e vestiu as suas habituais roupas. Saiu de casa em silêncio para não acordar nem Bill, nem Mel porque era bastante cedo. O sol voltava a brilhar no céu, apesar de o ar continuar frio. Passou pelo jardim de sua casa e colheu uma flor. Sabia que estava na altura de voltar a um sítio especial. Entrou no seu Cadillac. A viagem era longa. Conduziu para bastante longe de Berlim, para a praia mais próxima. Uma hora mais tarde, parou o carro junto de um areal deserto. Saiu do carro e atravessou todo aquele areal de cabeça baixa. Sentou-se na areia molhada de olhos fechados a escutar o barulho das ondas. Pousou a rosa vermelha que havia colhido no seu jardim, sobre o mar. Viu-a ser levemente arrastada pela água. Sussurrou a mesma música de sempre, que apesar de ser já tão conhecida, era perfeita.

Du wirst für michimmer heilig seinIch sterbfür unsere UnsterblichkeitMeine Handvon Anfang anüber DirIch glaub an DichDu wirst für michimmer heilig sein

- Olá amor… Certamente já sabes porque estou aqui. Não o queria fazer, mas não posso continuar a negar. Sei que não o querias. Não consigo continuar assim, sem te contar. Estou apaixonado pela Mel. Não o consegui evitar. Não pedi que isto acontecesse, não queria. – Tom levantou-se. Uma rajada de vento invadiu Tom, como se o tentasse abraçar. Tom sabia que era ela, a sua namorada. As lágrimas começavam a cair dos seus olhos.
- Prometo-te que continuarei a ser eternamente teu. Nunca irei amar a Mel como te amo a ti. – Limpou as lágrimas, voltou para o carro e dirigiu-se de volta a Berlim.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 29º Capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=A3cmi2dOsyo&feature=related - 0.47/1.10


Alguém bateu à porta.
- Mel sou eu, o Tom. A luz foi abaixo. Estás bem?
- Sim. Sabes se vai ficar assim muito tempo?
- Não faço ideia. Trouxe velas. Queres que as deixe aqui ou preferes aí?
- Podes deixar aí que eu já saio.
- Está bem. Vou voltar a descer para ver se o meu irmão acordou. Até já.
- Até já. – Mel começava a ficar preocupada com a falta de luz. Não sentia medo do escuro, mas não era das suas situações preferidas. Saiu do chuveiro e enrolou o corpo numa das toalhas trazidas por Tom. Voltou ao quarto, desta vez iluminado por velas. Apressou-se a vestir o seu pijama. Deitou-se na cama de Tom e aconchegou-se o mais que pôde. A luz ainda não havia voltado. Apenas Dan sabia desta antipatia de Mel ao escuro. Mas agora, chateada com Dan teria de passar a noite sozinha. Fechou os olhos para tentar adormecer, mas era inútil. Tom espreitava pela porta entreaberta.
- Já estás a dormir? – Mel abriu um olho e viu Tom. Sentou-se na cama.
- Não consigo. – Tom entrou e entregou a Mel um dos copos com leite morno que trazia na mão. Mel ficou meia atrapalhada por ver Tom apenas de boxeurs.
- Leite morno sempre ajuda.
- Obrigada. Mas comigo, nem isso.
- Sentes-te melhor?
- Dentro dos possíveis, sim.
- Ainda bem. Vou também deitar-me.
- Vais dormir onde?
- O quarto do meu irmão tem duas camas. Até amanhã Mel.
- Até amanhã… - Mel não queria nem podia passar a noite sozinha. Viu Tom encaminhar-se até à porta e interpelou-o.
- Tom…
- Sim?
- Importavas-te muito se eu te pedisse um favor?
- Claro que não. Diz.
- Podes passar a noite aqui? É que…
- Tens medo do escuro?
- Não é medo. Só não gosto muito. E já não estou habituada a dormir sozinha. – Tom voltou para a cama, mas desta vez deitou-se. Mel seguiu-lhe o exemplo. O corpo de Tom estava quente apesar de estar semi despido. Trazia-lhe conforto. Mel aproximou a sua cabeça do peito de Tom, tal como fazia com Dan. Tom abraçou-a e beijou-lhe a face.
- Obrigada Tom.
- De nada. Mas para me compensares tens que me deixar cantar para ti.
- Eu deixo. Canta. – Mel fechou os olhos para que pudesse adormecer com a voz de Tom. Num fio de voz, Tom começou a cantar o refrão de uma música especial.

I never wanted anything the way that I want you
But my words don’t seem to matter
My words don’t seem to matte
rAnd you look at me and I can see
The lies you’re running too
But my words don’t seem to matter
I’d rather have you tested and true

Mel acabou mesmo por adormecer com o refrão da música, apesar de ser tão pequeno. Os seus sonhos iam-se alternando entre Tom e Dan. Já Tom, como sempre, sonhava com a sua namorada.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 28º Capítulo

Mel rapidamente abraçou Tom. Tom retribuiu.
- Entra. Estás gelada. – Mel entrou e Tom fechou a porta. Mel olhou em volta. Num dos sofás em frente de um ecrã gigante que passava um filme alemão, Bill dormia, aconchegado por um cobertor vermelho.
- Vamos para o meu quarto, para não acordarmos o meu irmão. – Subiram as escadas até ao quarto de Tom em silêncio. Mel entrou no quarto, enquanto Tom foi buscar umas toalhas para Mel poder tomar banho. Mel deitou a cabeça numa das almofadas da cama de Tom e fechou os olhos. Na sua mente, a imagem de Dan e de Tom, competiam. Começava a sentir-se dividida. Ainda amava Dan, mas Tom fazia-a sentir-se especial. Sentiu um corpo deitar-se ao seu lado e Mel abriu os olhos.
- Queres-me contar o que aconteceu?
- Não sei Tom.
- Desabafar faz sempre bem. Aprendi isso contigo. Por isso, agora é a minha vez de retribuir.
- O Dan… Ele pensa que eu e tu temos alguma coisa. Descobriu que tenho saído contigo e pensa que o traí. Eu beijei-te, mas…
- O que é que tu sentes, Mel? – Mel baixou o olhar. Nem ela própria sabia quais os seus sentimentos. Tom sorriu e aproximou os seus lábios do ouvido de Mel.
- Para mim, és especial e isso basta. – Tom deu-lhe um beijo na testa e levantou-se para sair do quarto.
- Tens aí toalhas, se quiseres tomar banho. Passo aqui antes de me deitar. – Tom piscou-lhe o olho, sorriu e saiu. Mel levantou-se, pegou nas toalhas e dirigiu-se à casa de banho do quarto de Tom. A tempestade lá fora piorara. Os trovões faziam-se ouvir, a chuva caía sem parar. Mel abriu a torneira e o vapor quente invadiu imediatamente toda a divisão. Mel tirou as suas roupas ainda um pouco húmidas e mergulhou debaixo do chuveiro. Fechou os olhos e deixou a água quente escorrer pelo seu corpo despido. Aquele ambiente ajudava-a a pensar. Sabia que tinha de tomar uma decisão. Estava a apaixonar-se por Tom. Já não o podia negar. A luz da casa de banho apagara-se. Mel ficou imóvel. A luz dos relâmpagos atravessava a casa de banho.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 27º Capítulo

- Mel que se passou? Aconteceu alguma coisa com o Dan?
- Não. Eu e ele chateamo-nos.
- Pensei que tinha acontecido algo de grave.
- Isto é grave Tom!
- Eu sei, desculpa.
- Detesto chatear-me com ele.
- Mas afinal, chatearam-se porquê?
- Não te quero contar por telemóvel. Podemos encontrar-nos?
- Claro que sim. Vem até minha casa. Se quiseres passas aqui a noite, para as coisas acalmarem.
- Está bem. Vou só buscar as minhas coisas e vou para aí. Obrigada Tom.
- De nada. Tudo o que eu quero é ver-te bem. Vá, estou à tua espera. Beijinhos.
- Beijinhos. – Mel não pôde evitar corar ligeiramente, quando ouviu as palavras de Tom. Desligou o telemóvel e voltou ao seu quarto de hotel. Dan já lá não se encontrava. Mel arrumou algumas roupas numa mochila e dirigiu-se à recepção do hotel.
- Boa noite menina Melinda.
- Boa noite. Seria possível chamar-me um táxi?
- Claro que sim menina. – O recepcionista pegou num dos telefones e, no seu alemão perfeito, pediu um táxi. Minutos depois, o taxista apitava à porta do hotel.
- O táxi chegou menina.
- Sim, obrigada. Será possível fazer-me um favor?
- Claro menina.
- Se o Daniel perguntar por mim, diga-lhe que não passo cá a noite, mas que não precisa de se preocupar.
- Com certeza menina. – Mel sorriu ao recepcionista e dirigiu-se ao táxi. Chovia fortemente, o que fazia com que não se visse ninguém na rua. Mel indicou a rua de Tom ao taxista. Quinze minutos depois, o táxi parava em frente da grande casa, já familiar a Mel. Mel correu até à porta, na tentativa de não ficar encharcada. Tocou à campainha e Tom abriu-lhe a porta com um sorriso.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 26º Capítulo

Mel arrumava algumas das suas roupas quando Dan entrou no quarto. Mel sorriu-lhe de forma carinhosa e deu-lhe um pequeno beijo nos lábios. Dan sentou-se numa cadeira do quarto e observou Mel. Encontrava-se sério e distante. Não trazia o seu habitual sorriso. Mel apercebeu-se disso e questionou-o.
- Passou-se alguma coisa Danny?
- Mel… Eu já sei de tudo.
- De tudo? De tudo o quê?
- Eu sei que tu andas a sair com outro.
- Dan espera. Não é o que tu estás a pensar….
- Não? Então é o quê? Vais-me dizer que não se passa nada entre vocês?
- Não, não se passa. Nós somos só amigos.
- Amigos? Eu não sou burro Mel. Eu vi-vos juntos, muito próximos por sinal.
- Ele perdeu a namorada. Precisa de apoio.
- Que arranje outra. Se ela o deixou é porque teve os seus motivos.
- Ela morreu!! Será que não consegues perceber que ele está a sofrer? Ele precisa de alguém que o ouça. – Berrou Mel. Abriu a porta do quarto pronta para sair. Virou-se uma última vez para Dan.
- E se queres saber, de certeza que era melhor eu namorar com ele do que com um insensível como tu! – Saiu e fechou a porta atrás de si com força. Pegou no seu telemóvel e procurou o número de Tom. Carregou no verde e encostou o telemóvel ao seu ouvido à espera que Tom atendesse.
- Sim?
- Tom… Eu e o Dan… - Mel falava com o choro na voz e Tom apercebeu-se.

domingo, 24 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 25º Capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=wZmvJknzLfU&feature=related

Almoçaram e Mel encontrava-se impaciente por saber a ideia de Tom. Depois do almoço, Tom encaminhou Mel para o telhado do edifício. Mel fechou os olhos e sentiu a brisa fresca percorrer o seu corpo. Daquela altura, nenhum barulho era possível ouvir-se. Apenas os outros edifícios os rodeavam. Tom sentou-se no rebordo do telhado e Mel deitou a sua cabeça no colo de Tom. Fechou os olhos e Tom acariciou-lhe os seus longos cabelos. Mel sentia-se estranha. Versos de uma música surgiam na sua mente. Sentiu uma tristeza que desconhecia. Como uma tristeza que nunca tinha sido esquecida e sentia agora necessidade de se libertar. Os versos que passeavam livres na sua cabeça, juntaram-se fazendo a introdução de uma melodia. Sussurrou-os.

My tears run down like razorblades
And no, I’m not the one to blame
It’s you ‘ or is it me?
And all the words we never say
Come out and now we’re all ashamed
And there’s no sense in playing games
When you’ve done all you can do

Tom ouviu os sussurros de Mel. Olhou a sua face serena e calma. Continuou-lhe a melodia.

But now it’s over, it’s over, why is it over?
We had the chance to make it
Now it’s over, it’s over, it can’t be over
I wish that I could take it back But it’s over

Mel sorria ainda com os olhos fechados. Sabia que Tom se sentia como ela. Concentrou-se em encontrar os versos adequados para a melodia, até aí construída.

I lose myself in all these fights
I lose my sense of wrong and right
I cry, I cry
It’s shaking from the pain that’s in my head
I just wanna crawl into my bed
And throw away the life I led
But I won’t let it die, but I won’t let it die

Tom encontrava sentido na canção. Simbolizava todos os sentimentos guardados dentro de si. Sorriu e prosseguiu.

But now it’s over, it’s over, why is it over?
We had the chance to make it
Now it’s over, it’s over, it can’t be over
I wish that I could take it back

Mel sentia-se de novo mais feliz. A súbita tristeza que aparecera, começava a desaparecer. Compreendia o porquê de Tom ter escolhido tais versos. Continuou.

I’m falling apart, I’m falling apart
Don’t say this won’t last forever
You’re breaking my heart, you’re breaking my heart
Don’t tell me that we will never be together
We could be, over and over
We could be, forever

O coração de Tom batia aceleradamente. Sentia uma ligação com Mel. Conseguir expressar os seus sentimentos, era tudo que Tom desejava. E estava a consegui-lo graças a Mel. Repetiu os seus versos.

I’m falling apart, I’m falling apart
Don’t say this won’t last forever
You’re breaking my heart, you’re breaking my heart
Don’t tell me that we will never be together
We could be, over and over
We could be, forever

Ambos sorriam de satisfação, com a música que estavam a criar. Decidiram acabar a música em conjunto.

It’s not over, it’s not over, it’s never over
Unless you let it take you
It’s not over, it’s not over, it’s not over
Unless you let it break you It’s not over

Ambos tinham cantado o mesmo, por mais estranho que lhes parecesse. Uma transmissão de pensamentos, havia passado pelos dois ao mesmo tempo. Era algo irreal. Mas, quem eram eles para não acreditarem no impossível?

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 24º Capítulo

- Adoro.
- Ainda bem. Vamos almoçar?
- Isto é só para nós?
- Claro. – Disse Tom, desviando a cadeira para Mel se puder sentar.
- Nunca pensei que existisse um sítio destes no centro de Berlim.
- É normal. Não é muito conhecido, sendo num sítio como este. É o restaurante de um amigo do meu padrasto.
- Costumas vir aqui muitas vezes?
- Agora não. Vinha aqui várias vezes, enquanto a minha namorada era viva. É a primeira vez que cá volto depois da sua morte.
- Devias fazê-la tão feliz.
- Estava sempre a pedir-me para cá virmos. Ela adorava a vista. – Disse Tom olhando para a linha do horizonte e sorrindo. Ambos fizeram silêncio e deixaram-se ser envolvidos na paisagem. Pouco depois, um empregado do restaurante aproximou-se para os servir.
- Bom apetite.
- Obrigado. – O empregado voltou a afastar-se da mesa.
- Espero que gostes. Pelo menos a minha namorada gostava. – Mel olhou para o prato com o típico “Fillet Mignon” e os seus olhos brilharam.
- Era o seu prato preferido.
- Também é o meu. Somos mesmo parecidas.
- Eu sei… - Tom não conseguiu evitar ficar distante e deixar-se ser levado pelas suas recordações por alguns momentos.
- Tom estás bem?
- Sim. Então, está bom?
- Está óptimo. Já sabes onde me vais levar durante a tarde?
- Ainda não. Tenho um pequeno problema.
- Qual?
- Posso ser reconhecido.
- Se houver muitos problemas, podemos ficar aqui. Eu não me importo. A vista é maravilhosa…
- Então eu tenho uma ideia.
- Qual?
- Depois de almoçar, logo vês.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 23º Capítulo

- Olá Tom.
- Olá.
- Então, já sabes onde me vais levar?
- Claro. Podemos ir?
- Sim. – Viajaram aproximadamente cinco minutos de carro. Tom parou em frente de um enorme edifício. Voltou a soltar as suas rastas do gorro. Abriu o porta-luvas em frente de Mel e retirou um boné e outro gorro, desta vez preto. Prendeu as rastas e colocou o boné sobre o gorro.
- Prefiro ver-te assim. – Disse-lhe Mel, que de seguida sorriu.
- Ainda bem. Vamos?
- Vamos. – Saíram do carro e entraram no edifício. Dirigiram-se para um dos elevadores e Tom pressionou o botão do último andar.
- Onde vamos Tom?
- Não te preocupes, já vais ver. – O elevador subiu até ao último piso. Ambos saíram. Entraram no que parecia ser um restaurante. Tom encaminhou Mel até ao recepcionista do restaurante, que falava ao telefone. Avistou Tom e Mel, desligou o telefone e sorriu-lhes. Falou-lhes em alemão, o que fez com que Mel não o percebesse.
- Boa tarde. Têm alguma reserva?
- Boa tarde. Sim. Tom Kaulitz, por favor.
- Com certeza. Sigam-me, por favor. – Tom e Mel assim o fizeram. Atravessaram o restaurante e saíram para uma espécie de varanda que pertencia ao restaurante.
- Aqui está. Espero que esteja do seu agrado menino Kaulitz.
- Sim, muito obrigado.
- Com licença. – O recepcionista retirou-se de volta ao seu posto de trabalho. Tom olhou para Mel e sorriu.
- Então, gostas? – Mel olhava para o cenário à sua frente com uma cara de espanto. Uma mesa posta para apenas duas pessoas esperava por eles. Mel conseguia ver a cidade de Berlim a desaparecer no horizonte. Conseguia ouvir os pássaros cantarem.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 22º Capítulo

Na manhã seguinte, Tom acordou bastante cedo. Não tinha conseguido dormir nada durante a noite. Vestiu as suas habituais roupas largas. Escondeu as suas longas rastas loiras num gorro. Para completar, colocou os seus óculos de sol. Saiu de casa pouco depois do amanhecer, precisava de ficar sozinho por momentos, longe de tudo. Seguiu viagem com o seu carro. Afastou-se de Berlim. Parou o carro perto de um lago. Saiu e encaminhou-se em direcção ao lago. O cheiro da relva verde invadia-o. Sentou-se na margem do lago. Fixou a água do lago que repousava. Retirou o gorro deixando as suas rastas soltas. O vento agitava-as ligeiramente. Uma lágrima escorreu por detrás dos seus óculos escuros.
- Não Tom. Não te podes apaixonar pela Mel. Ela tem namorado e sabes que a vossa relação nunca irá dar certo. – Sussurrou estas palavras com a maior convicção que conseguiu ter naquele momento. Levantou-se com o olhar preso ao chão. A lágrima caiu do seu rosto, desaparecendo na relva. Voltou a entrar no carro e dirigiu-se de volta a Berlim. Já se encontrava na hora de se encontrar com Mel. Dirigiu-se até ao hotel, que se situava no centro de Berlim. Voltou a esconder as suas rastas no gorro, para não ser reconhecido. Continuava sem retirar os seus óculos escuros. Entrou no hotel e dirigiu-se para a recepção.
- Bom dia. Será que podia informar a menina Melinda Allen de que estou à sua espera?
- Ela está ali menino. – Respondeu-lhe a recepcionista. Tom voltou-se e viu Mel dirigir-se na sua direcção, com o seu habitual sorriso. Tom sorriu também ao vê-la. Era algo que já não podia evitar. Mel trazia de novo um vestido. Preto, ligeiramente acima do joelho. Vestia um pequeno casaco sobre ele. Calçava umas sandálias pretas com um salto não muito alto. No cabelo, uma estrela preta reflectia-se com a luz. Mel aproximou-se de Tom e beijou-o na face, fazendo-o estremecer.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 21º Capítulo

Bill tentava a todo custo acordar Tom.
- Tom, acorda. Vá lá Tom.
- Deixa-me dormir Bill. Vai-te embora.
- Ok. Vou só dizer à Mel que não queres falar com ela. – Tom abriu os olhos e rapidamente se sentou na sua cama.
- A Mel?
- Sim. Ela telefonou para o teu telemóvel e eu atendi. Pega. – Bill passou o telemóvel para as mãos de Tom, que ficou paralisado a olhar para ele.
- Então, não vais falar com ela?
- Vou, vou. Importas-te de sair por uns minutos?
- Agora tens segredos para o teu gémeo? Mas tudo bem, eu saio.
- Sabes bem que não é isso, mas eu já te explico. – Bill retirou-se do quarto. Finalmente, Tom encostou o seu telemóvel ao ouvido.
- Sim?
- Olá Tom.
- Olá. Passa-se alguma coisa?
- Não, nada de especial. Só queria combinar o nosso próximo encontro.
- Claro, quando quiseres.
- Quando é que estás livre?
- Neste momento, estou de férias da banda, ou seja, tenho todo o tempo livre… para ti.
- Ok… Então amanhã podes vir ter comigo?
- Claro. Se quiseres mostro-te um pouco da cidade.
- Agradecia-te por isso.
- Então fica combinado. Amanhã por volta da hora de almoço, vou-te buscar. Almoçámos juntos e vamos passear. Está bom para ti?
- Perfeito. Até amanhã. Beijinhos.
- Beijinhos. – Tom desligou e ficou a reflectir sobre o programa que tinha decidido para o dia seguinte. Perguntava-se se teria feito bem em combinar mais uma saída com Mel. Tinha medo que voltasse a acontecer alguma coisa entre ambos.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 20º Capítulo

O telemóvel de Mel continuava a tocar incessantemente. Mel apercebeu-se de que poderia ser Dan a tentar contactá-la. Afastou Tom de si e atendeu o telemóvel.
- Sim?
- Mel? Onde é que estás?
- Vim passear pela cidade. Queria conhecê-la melhor.
- E era necessário teres saído sem avisar? Deixaste-me preocupado.
- Desculpa Dan. Não era essa a minha intenção.
- Eu já estou no hotel. Queres que te vá buscar?
- Não estou muito longe do hotel. Eu vou aí ter.
- Ok. Estou à tua espera.
- Beijinhos. – Mel desligou o telemóvel e olhou para Tom. Este, encontrava-se sentado no chão de cabeça baixa. Tinha-se apercebido de que cometera um erro ao beijar Mel.
- Desculpa Tom, tenho de voltar para o hotel.
- Claro, eu percebo. Eu levo-te.
- É melhor eu ir de táxi.
- Demoras o dobro do tempo se chamares um táxi. Prefiro levar-te. – Disse Tom levantando-se e pegando na chave do seu carro. Ambos saíram de casa, em direcção ao Cadillac de Tom. Foram grande parte do caminho até ao hotel em silêncio. Evitaram o olhar um do outro. Tom parou o seu carro em frente do hotel onde Mel estava hospedada. Voltou a não olhar Mel nos olhos. Mel, levantou-lhe o queixo.
- Desculpa por não puder voltar a fazer-te feliz.
- Não é a ti que isso compete. – Mel beijou a face de Tom, e deixou que uma lágrima caísse no seu rosto, graças às palavras de Tom.
- Podemos voltar a estar juntos? – Perguntou-lhe Tom, na esperança de obter uma resposta positiva.
- Claro que sim. Quando o Dan não puder estar comigo, eu ligo-te. – Mel abriu a porta do carro e saiu. Voltou a olhar para Tom.
- Adeus Tom. – Tom não lhe respondeu. Sentia que todas as forças lhe tinham sido tiradas. Voltou para sua casa. Deitou-se na sua cama e fechou os olhos. Deixou-se levar para o mundo dos sonhos, onde tudo voltava a ser como antes. Tom e a sua namorada voltavam a estar juntos e felizes, tal como Tom se recordava.

domingo, 10 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 19º Capítulo

- Nós… somos iguais.
- Por isso eu tive aquela reacção da primeira vez que te vi. Pensei que eras ela.
- Gostava de ser. Para puder voltar a fazer-te sorrir. – Tom levantou-se e dirigiu-se até à sua cama. Levantou a almofada que lá se encontrava e pegou numa foto. Voltou para junto de Mel e colocou também essa foto na sua mão. Mel visualizou-a com todo o cuidado.
- Nunca me separo dessa foto. Foi o último momento que passámos juntos e o mais especial, porque depois disso, tornei-a inteiramente minha, pela primeira vez.
- Estavas a pedi-la em casamento?
- Não. Éramos exageradamente novos, apesar de eu não me importar de o ter feito. Estava apenas a dar-lhe uma prova do meu amor.
- Vocês nunca tinham tido relações?
- Ela achava que para provar o amor entre duas pessoas não era necessário haver sexo. E eu nunca a pressionei. Por isso da primeira vez que o fizemos, foi especial e única.
- E foi depois disso que ela…
- Sim. Ela faleceu no dia seguinte. – Tom proferiu estas últimas palavras com as lágrimas a surgirem nos seus olhos. Ainda lhe era demasiado difícil admitir a morte da sua namorada, apesar de já ter passado imenso tempo. Mel aproximou-se de Tom e deixou-se ser abraçada. Lentamente, o abraço foi-se tornando numa coisa mais íntima. Os seus lábios aproximavam-se cada vez mais. Mel pensava em Dan e no que lhe iria fazer se beijasse Tom. Perdeu as suas forças e não resistiu aos lábios de Tom. Tom pousou a sua mão direita sobre a delicada cintura de Mel, fazendo-a aproximar-se ainda mais. Deitou-se no chão, com Mel em cima de si. O telemóvel de Mel tocava. Tom não a largava, nem Mel queria que Tom o fizesse realmente.

sábado, 9 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 19º Capítulo

- Nós… somos iguais.
- Por isso eu tive aquela reacção da primeira vez que te vi. Pensei que eras ela.
- Gostava de ser. Para puder voltar a fazer-te sorrir. – Tom levantou-se e dirigiu-se até à sua cama. Levantou a almofada que lá se encontrava e pegou numa foto. Voltou para junto de Mel e colocou também essa foto na sua mão. Mel visualizou-a com todo o cuidado.
- Nunca me separo dessa foto. Foi o último momento que passámos juntos e o mais especial, porque depois disso, tornei-a inteiramente minha, pela primeira vez.
- Estavas a pedi-la em casamento?
- Não. Éramos exageradamente novos, apesar de eu não me importar de o ter feito. Estava apenas a dar-lhe uma prova do meu amor.
- Vocês nunca tinham tido relações?
- Ela achava que para provar o amor entre duas pessoas não era necessário haver sexo. E eu nunca a pressionei. Por isso da primeira vez que o fizemos, foi especial e única.
- E foi depois disso que ela…
- Sim. Ela faleceu no dia seguinte. – Tom proferiu estas últimas palavras com as lágrimas a surgirem nos seus olhos. Ainda lhe era demasiado difícil admitir a morte da sua namorada, apesar de já ter passado imenso tempo. Mel aproximou-se de Tom e deixou-se ser abraçada. Lentamente, o abraço foi-se tornando numa coisa mais íntima. Os seus lábios aproximavam-se cada vez mais. Mel pensava em Dan e no que lhe iria fazer se beijasse Tom. Perdeu as suas forças e não resistiu aos lábios de Tom. Tom pousou a sua mão direita sobre a delicada cintura de Mel, fazendo-a aproximar-se ainda mais. Deitou-se no chão, com Mel em cima de si. O telemóvel de Mel tocava. Tom não a largava, nem Mel queria que Tom o fizesse realmente.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 18º Capítulo

Tom voltou a entrar no quarto com uma bandeja nas mãos. Nela trazia chá e torradas para ambos. Viu Mel com o papel na mão. Pousou a bandeja e ajoelhou-se ao lado de Mel.
- O que é isto Tom?
- A letra de uma música que eu escrevi.
- Escreveste-a porquê? É uma música tão triste.
- Quando a minha namorada morreu, eu passei dias sem falar. Tranquei-me neste quarto, não deixei ninguém entrar. Pouco comi. E essa música foi a primeira coisa que consegui fazer para expressar os meus sentimentos.
- Gosto da letra, mas…
- Sim, eu sei. É triste. E é assim que eu me sinto. Nunca a mostrei a ninguém. És a primeira pessoa a vê-la. – Mel pegou em algumas fotos que se encontravam na caixa.
- E estas fotos? Era a tua namorada?
- Sim. Quando ela morreu, eu reuni todas as fotos que tirámos juntos e guardei-as nessa caixa, para não deixar as minhas memórias desaparecerem.
- Não são as fotos que te vão manter as memórias. O que te vai impedir de as esqueceres é isto. – Pousou a sua mão sobre o lado esquerdo do peito de Tom. Tom retirou a mão de Mel. Não gostava quando lhe falavam de assuntos relacionados com o coração, porque o fazia lembrar o tempo em que estivera apaixonado.
- Eu lembro-me de todos os momentos que passámos juntos. Tanto dos últimos como dos primeiros. Lembro-me da primeira vez que trocámos um olhar. Da primeira vez que nos tocámos. Da primeira vez que nos beijamos. Da primeira vez que dissemos que nos amava-mos.
- Eu gostava de te puder voltar a ver como nas fotos. Feliz.
- Eu também gostava de puder voltar a ser assim. Mas não consigo. Não sem ela. – Tom procurou uma foto no fundo da caixa. Pegou nela e colocou-a na mão de Mel.
- Vês como ela era parecida contigo? – Mel olhou atentamente para a fotografia. Ficou espantada ao vê-la. A rapariga que sorria na foto, era igual a ela. Os lábios, os olhos, o cabelo, o tom de pele…. Tudo correspondia na perfeição.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 17º Capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=bJeHk1gDT68


Mel ganhou coragem, e abraçou Tom. Tom retribuiu-lhe o abraço da melhor maneira que conseguiu. Pensou que seria um sonho, puder voltar a sentir o perfume de Mel. Abraçou-a ainda com mais força, para ter a certeza de que era real. Subiram ambos para o quarto de Tom. Sentaram-se na cama de Tom e olharam um para o outro, sem proferirem uma palavra.
- Nunca pensei ter tantas saudades de uma pessoa que mal conheço. – Começou Tom. Mel sorria. O sorriso que Tom ansiava visualizar há meses.
- Eu também. Desculpa não ter dado notícias mas…
- Não há problema. O que interessa é que agora estás aqui, comigo.
- Tens razão.
- Já tomaste o pequeno-almoço?
- Não e tu?
- Estava à tua espera. Eu vou buscar qualquer coisa e volto já. – Tom levantou-se e deu um beijo na testa de Mel. Mel viu Tom sair e deitou-se sobre a cama de Tom. Olhou o quarto em volta e reparou em algo. Uma caixa pousada perto da cama que parecia não se enquadrar no quarto. Mel levantou-se e encaminhou-se até ela. Ajoelhou-se e abriu a caixa. Dentro da caixa estavam guardadas fotos de Tom com uma rapariga. Mel pegou em algumas delas. Nas fotos podia visualizar Tom feliz. Com o seu sorriso resplandecente e o brilho no olhar. O Tom que Mel conhecia dos seus sonhos. Mel voltou a pousar as fotos e reparou num papel escondido. Pegou nele e visualizou o que lhe parecia ser a letra de uma música. Leu para si mesma os versos manchados pelas lágrimas de Tom.

This is the way you left me,
I’m not pretending,
No hope, no love, no glory,
No happy ending

This is the way that we love,
Like it’s forever,
Then live the rest of our life,
Both not together

Wake up in the morning,
Stumble on my life,
Can’t get no love without sacrifice,
If anything should happen,
I guess I wish you well,
Mmm a little bit of heaven,
But a little bit of hell

This is the hardest story,
That I have ever told,
No hope, or love, or glory,
Happy endings gone forever more
I feel as if I’m wasting,
And I waste every day

This is the way you left me,
I’m not pretending,
No hope, no love, no glory,
No happy ending

This is the way that we love,
Like its forever,
Then live the rest of our life,
Both not together

Too black in the morning,
Someone’s on my mind,
Can’t get no rest,
Keep walking around,

If I pretend that nothing ever went wrong,
I can get to my sleep I can dream now and just carry
On?

This is the hardest story,
That I have ever told,
No hope, or love, or glory,
Happy endings gone forever more,
I feel as if I’m wasting,
And I waste every day,

Oh I feel as if I’m wasting,
And I waste every day

This is the way you left me,
I’m not pretending,
No hope, no love, no glory,
No happy ending

This is the way that we love,
Like its forever,
Then live the rest of our life,
Both not together

A little bit of love
Little bit of love

This is the way you left me,
I’m not pretending,
No hope, no love, no glory,
No happy ending

This is the way that we love,
Like it’s forever,
Then live the rest of our life,
Both not together
This is the way you left me,
I’m not pretending,
No hope, no love, no glory,
No happy ending

This is the way that we love,
Like its forever,
Then live the rest of our life,
Both not together

This is the way you left me,
I’m not pretending,
No hope, no love, no glory,
No happy ending

Mel releu a letra várias vezes. Conseguia sentir o sofrimento de Tom o que a deixou perturbada.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 16º Capítulo

Janeiro de 2008. Dois meses se haviam passado desde a última vez que Tom e Mel se tinham visto. Inexplicavelmente, deixaram de se contactar. Quando Tom tentava falar com Mel, esta nunca atendia o seu telemóvel. Tom desistiu de a tentar contactar.
O seu telemóvel tocava. Tom não o ouvia, pois encontrava-se a tomar banho. Regressou ao seu quarto e verificou o telemóvel. Tinha recebido uma mensagem de voz. Decidiu ouvi-la naquele momento.
“Olá Tom. É a Mel. Eu sei que não te devia ligar por causa do tempo em que não dei notícias, mas eu vou voltar à Alemanha. Chego amanhã de manhã a Berlim. E como tu pediste para eu te ligar caso isso acontecesse, decidi fazê-lo. Se pudesses encontrar-te comigo, seria óptimo. Tenho saudades tuas e não me apetece ficar sozinha durante uma semana. O Dan vai fazer umas sessões fotográficas e essas coisas, a que tu também já deves estar habituado. Bem, de qualquer maneira, se te quiseres encontrar comigo, liga-me. Ficarei à espera.
Beijinhos.”
O coração de Tom batia velozmente. Depois de tanto tempo sem notícias de Mel, podia finalmente voltar a vê-la. Decidiu deitar-se e esperar pela manhã seguinte para telefonar a Mel.
O telemóvel de Mel tocava.
- Tom?
- Mel…
- Fico feliz por me teres ligado. Tenho saudades tuas…
- Eu também. Já chegaste?
- Já. Estou no hotel.
- Estás sozinha?
- Sim. O Dan teve de tratar de uns assuntos.
- Achas que consegues vir ter comigo a minha casa? Eu dou-te a morada.
- Penso que sim. – Trinta minutos mais tarde, um táxi parava em frente da casa de Tom. Mel tocava à campainha. Tom apressou-se a abrir. Quando ambos se viram, paralisaram. As saudades eram tantas, que não sabiam o que fazer.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 15º Capítulo

Na foto, Tom e Raquel olhavam apaixonadamente um para o outro e sorriam. Tom segurava a mão da sua namorada e colocava-lhe um anel. Raquel deixava as suas lágrimas de felicidade escorrerem pelo seu rosto.
- Prometo que não me voltarei a apaixonar. Sou teu e só teu. – Sussurrou Tom para a foto. Pousou os seus lábios sobre ela, na esperança de selar a promessa. Levantou-se e voltou a guardar a foto. Limpou as lágrimas que haviam aparecido nos seus olhos. Bill entrou no seu quarto e sentou-se na cama de Tom.
- Precisas de alguma coisa?
- Era preciso teres respondido daquela maneira ao Georg?
- Ele não tem de falar do que não sabe.
- Tens razão. Ele não sabe o que é estar apaixonado. Mas tu devias compreender. Também tu já foste assim.
- Mas mudei. E também ele o devia fazer.
- Sabes bem que isso não é assim Tom. Tu não mudaste porque quiseste. Mudaste porque a Raquel entrou na tua vida.
- E agradeço todos os dias por isso, apesar de ela já não estar comigo.
- Eu sei disso. Mas talvez esteja na altura de refazeres a tua vida.
- Ela era a minha vida. E eu perdi-a.
- Pensas que ela ia ficar feliz, se te ouvisse dizer isso?
- Eu sei que não. Mas sou eu que tenho de decidir. E a minha decisão está tomada. Não me voltarei a apaixonar. E nada do que digas ou faças, vai mudar isso.
- Vou deixar que percebas sozinho que não mandas no coração. – Bill levantou-se e dirigiu-se até à porta.
- Tu não percebes, pois não? Nem podes, quando nunca perdeste a pessoa que amas para sempre. – Bill parou e dirigiu-se até Tom.
- Tens razão, não percebo. Mas eu sinto a tua dor como se fosse minha. – Bill abraçou Tom. Tom chorou. Chorou até não ter mais lágrimas. Desde a morte da sua namorada ainda não tinha deixado toda a mágoa sair e o abraço do irmão fazia-lhe bem. Fazia Tom compreender que não estava sozinho no mundo, apesar de ter perdido a pessoa que mais amava.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 14º Capítulo

- Bom dia Tommy. Então que cara é essa? Não me digas que estás assim porque não tiveste nada com a tal rapariga. – Gozava Georg.
- Cala-te meu. Não fales do que não sabes.
- Então conta-me tu. Ela deu-te uma tampa muito grande, foi?
- E se eu te disser que dormimos juntos? – Georg ia-se engasgando com o leite que estava a beber quando ouviu estas palavras vindas da boca de Tom.
- O quê? Tu levaste-a para a cama? Como?
- Pára de ser estúpido. Nós não tivemos relações.
- Não? Então estiveram a fazer o quê?
- A dormir.
- Tom Kaulitz não tentes enganar-me. Estás a dizer que estiveste com uma gaja boa como aquela…
- Olha lá a linguagem, sim?
- Pronto, estiveste com uma rapariga como ela na cama e nada?
- Sim, nada.
- Estás a perder qualidades, amigo.
- És mesmo estúpido. Não é por não a ter comido, que estou a ficar diferente.
- É sim. O Tom que eu conheço seduz quem quer.
- E eu seduzo quem quero. Mas com ela foi diferente. Não senti necessidade disso, percebes?
- Não, não percebo. Tom, tu estás doente.
- Que chato. Entende uma coisa: Não é por eu não ter tido relações com uma rapariga que vou virar padre!
- O meu maninho está a ficar um homem. – Interrompeu Bill colocando uma torrada à boca.
- É bom saber que concordas comigo Bill, mas eu sempre fui um homem.
- Tu lá sabes.
- E agora Tom? Que tencionas fazer em relação a ela? – Perguntou-lhe Gustav, também surpreendido com a declaração de Tom.
- Agora não posso fazer nada. Ela já voltou para Londres. Tenho de acreditar que um dia ela volta cá, ou que nós vamos até lá.
- Não estou bem a ver isso acontecer mano. Temos a tour, lembras-te? E por Londres, não passa.
- Eu sei. Mas um dia vou encontrá-la, eu sei que vou.
- Temos o Tom apaixonado de volta. – Tom levantou-se bruscamente, deitando a cadeira ao chão. Olhou para Georg e gritou-lhe:
- Nunca mais voltes a dizer isso, entendeste? Eu nuca mais me vou voltar a apaixonar. Nunca! Quando a Raquel morreu levou esse Tom com ela. E isso não vai voltar! – Tom voltou para o seu quarto a correr. Ajoelhou-se juntos das suas malas e procurou algo. Algo especial, que Tom não tencionava perder.

domingo, 3 de agosto de 2008

"Happy ending?" ... 13º Capítulo

No aeroporto o telemóvel de Mel tocava. Mel levantou-se.
- Vou à casa de banho.
- Não demores, está quase na hora do voo.
- Sim, eu sei. Até já. – Dirigiu-se rapidamente à casa de banho para atender o telemóvel. O número não tinha identificação e Mel desejou que fosse Tom.
- Sim? – Do outro lado da linha o coração de Tom saltou quando ouviu a doce voz de Mel.
- Mel?
- Tom? Olá!
- Olá. Desculpa ter ligado assim tão de repente, mas precisava de saber se era mesmo o teu número.
- Não há problema. Eu é que tenho de te pedir desculpa por me ter vindo embora sem me despedir…
- Sabes… Já tenho saudades tuas. – O corpo de Mel aqueceu ao ouvir estas palavras de Tom. A verdade é que também Mel já sentia saudades de Tom, por mais estranho que isso lhe pudesse parecer.
- Eu… eu também. Tom tenho de desligar, está quase na hora do meu voo para Londres.
- Prometes que se um dia voltares há Alemanha, me ligas?
- Claro que sim. E se um dia tu fores a Londres com a tua banda, eu estarei à tua espera. – Tom sorria. Mel podia ter-se ido embora, mas sabia que um dia voltariam a estar juntos.
- Tenho de desligar Tom. Adeus.
- Adeus Mel. – Ambos desligaram o telemóvel. Mel embarcou no seu avião e Tom juntou-se ao resto da sua banda para o pequeno-almoço.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

"Happy ending?" ... 11º Capítulo

Era noite, bem tarde. Tom preparava-se para se deitar. Ficara sentado na varanda do seu quarto na esperança de conseguir ver Mel mais uma vez. Acabou por desistir depois de bastante tempo de espera. Deitou-se e fechou os olhos, tentando adormecer. Mas na sua mente, só a imagem de Mel aparecia. Fechou os olhos com força na tentativa de fazer a imagem desaparecer.
- Pensavas que te ia deixar adormecer sem te desejar bons sonhos? – Tom abriu os olhos e à sua frente Mel sorria. Tom sorria também. Começava a aperceber-se de que Mel o fazia feliz. Fazia-o sorrir. Não sorrisos tristes, mas sorrisos de criança. Puros e inocentes.
- Como é que entraste?
- Se tivesses trancado a porta, eu não estaria aqui.
- E vieste aqui só para me desejares bons sonhos?
- E achas pouco?
- Não. Mas pensei que tinhas saudades minhas.
- Por acaso, até tinha. Mas também não tinha sono. O Dan adormeceu primeiro e eu decidi vir à tua procura.
- Ainda bem. Tens frio?
- Tenho. – Tom aproximou Mel de si e cobriu-a com a roupa da cama. Mel encostou a sua cabeça ao peito de Tom, onde podia ouvir o seu coração. Ambos fecharam os olhos, na esperança de adormecerem.
- Tom…
- Sim?
- Desculpa falar nisto, mas…
- Podes falar. Contigo eu não me importo.
- Tu costumas ir à campa da tua namorada? Eu sei que é uma pergunta esquisita, mas…
- Eu não posso ir.
- Porque não?
- Ela foi cremada e as suas cinzas atiradas ao mar. Quando já não consigo lidar com a saudade vou até à praia e levo-lhe uma flor. Deixo a flor ir com a maré e falo com ela. Conto-lhe como anda a minha vida e digo-lhe que continuo a amá-la.
- Ainda tu dizes que não a fazias feliz. – Mel aproximou os seus lábios do rosto de Tom e deu-lhe um pequeno beijo. Voltou a encostar a sua cabeça ao peito de Tom. Tom abraçou-a calorosamente, como fazia com a sua namorada, e deixaram-se os dois ser vencidos pelo sono.

domingo, 27 de julho de 2008

"Happy ending?" ... 10º Capítulo

Tom baixou o olhar para que Mel não visse as lágrimas que haviam surgido nos seus olhos. Inevitavelmente, Mel reparou. Sentou-se na relva, descalçou as suas sapatilhas, levantou as calças e mergulhou os pés na água fria da piscina. Tom seguiu-lhe o exemplo.
- Aconteceu alguma coisa com ela, não aconteceu? Eu sei que estás triste.
- Sim, aconteceu.
- Sei que mal me conheces, mas se precisares de desabafar, eu posso ouvir. – Tom hesitou um pouco à proposta de Mel. Depois de ter aberto várias vezes a boca para tentar escolher as palavras certas, decidiu contar-lhe.
- Ela… ela partiu.
- Partiu? Queres dizer que acabaram?
- Não. Ela… morreu.
- Desculpa, não sabia. Deve-te custar imenso falar deste assunto.
- Sim, custa. Ela era tudo o que eu tinha, e de repente perdi tudo.
- Mas não tens mais ninguém? Família, amigos…
- Tenho a minha família e os meus amigos, claro. Mas ela era aquela pessoa que me completava. Tu deves perceber o que eu sinto. O teu namorado deve-te fazer bastante feliz.
- Sim, não me posso queixar. Mas a minha vida mudou muito graças a ele.
- Porquê?
- Ele é actor e vive em Londres. Eu vivia em Portugal. Não sei se conheces…
- Sim, conheço. A minha namorada era de lá.
- Pois… Bem, o meu pai é o manager do Dan e mudámo-nos para Londres. Foi assim que o conheci e agora namorámos. Tive que deixar tudo e todos por causa dele, mas não me arrependo de nada.
- Ele tem muita sorte em ter uma rapariga como tu do seu lado… - Mel pousou a sua mão sobre a de Tom e olhou-o nos olhos.
- Tenho a certeza que a tua namorada foi bastante feliz enquanto estiveram juntos. – Tom mostrou-lhe um sorriso como agradecimento do elogio. Um sorriso triste, mas ainda assim, um sorriso.
- Não tenho assim tanta certeza. Talvez se eu não tivesse entrado na sua vida, ela poderia ainda estar viva.
- Não digas isso Tom. O destino acabaria por ser cumprido. De uma maneira ou de outra.
- Mas se ela não estivesse comigo naquela altura, a nossa história podia ter um final diferente. Um final feliz.
- Tu estavas com ela, quando tudo aconteceu?
- Estava. Ela morreu á minha frente, para me proteger.
- Para te proteger?
- Sim. A minha banda tem imensos fãs, mas um enorme número de antis. E alguns deles reuniram-se para me tentarem matar.
- E como é que ela te protegeu?
- Foi num aeroporto. Eu estava-me a despedir dela, porque ia iniciar uma nova tour. Esses antis tentaram balear-me mas ela colocou-se à minha frente e atingiram-na a ela. Passou-se tudo em meros segundos, mas para mim pareceu uma eternidade. Vê-la cair nos meus braços e esvair-se em sangue… - Uma lágrima escorreu pelo rosto de Tom. Mel abraçou-o e Tom deixou-se ser aconchegado.
O telemóvel de Mel tocou e o abraço teve de ser quebrado. Mel olhou para o visor mas não atendeu, limitou-se a sorrir.
- Tenho de ir embora. Ficas aqui até quando?
- Até amanhã à tarde. Depois volto para Magdburg.
- Está bem. Pode ser que nos voltemos a ver. – Piscou-lhe o olho, levantou-se, pegou nas suas sapatilhas e deu um beijo na face de Tom.
- Espero que sim. – Tom ficou a vê-la afastar-se. Depois disso, levantou-se e regressou ao seu quarto de hotel.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

"Happy ending?" ... 9º Capítulo

Abriu os olhos na manhã seguinte. Ainda se encontrava nos braços de Dan. Este, ainda dormia profundamente. Teve o cuidado de sair do seu abraço sem o acordar. Levantou-se da cama e arranjou-se. Desta vez, optou por algo mais informal. Lançou um olhar sobre o casaco branco de Tom, e pensou numa maneira de lho entregar. Não lhe surgiu nenhuma ideia, e decidiu sair do quarto para tomar o pequeno-almoço. Dirigiu-se para a sala de refeições. Atrás dela, como habitual, ia Michael, o seu segurança.
- Bom dia Michael.
- Bom dia, menina Melinda.
- Hoje apetece-me dar um passeio pelo hotel.
- Com certeza, menina.
- Mas gostava de ir sozinha.
- Sabe que não a posso deixar ir sozinha. Tenho ordens para…
- Sim, eu sei quais são as suas ordens. Mas por favor… Deixe-me ir. Eu prometo que não saio do hotel. – Fez uma espécie de beicinho, exactamente como fazem as crianças. Michael acabou por aceitar o pedido, acenando afirmativamente com a cabeça. Mel mostrou-lhe um sorriso, e desceu para tomar o pequeno-almoço. Depois disso, dirigiu-se para o jardim. Encaminhou-se para perto da piscina, que se encontrava rodeada por um magnífico jardim. Sentiu alguém aproximar-se. Tapou-lhe a visão com as mãos e aproximou-se do seu ouvido.
- Prometes que desta vez não foges?
- Prometo. – Respondeu Mel. Tom retirou as suas mãos do rosto de Mel. Esta, voltou-se para ele. Tentou controlar-se, mas as suas pernas tremiam a cada toque de Tom.
- Desculpa – Pediu Mel. Tom libertou um pequeno sorriso.
- Não tem problema. Não percebo porque é que aquilo aconteceu. – Gerou-se o silêncio entre ambos. Nenhum dos dois tinha explicação para tal.
- Eu… Eu sinto que te conheço. – Começou Tom. Mel baixou o olhar e respondeu.
- Eu também. Sonho contigo todas as noites. – Tom tentou intervir, mas Mel impediu-o. Tinha começado a falar e queria contar-lhe tudo, antes que se viesse a arrepender. – Não sei explicar porquê. Mas é algo que simplesmente acontece…
- Eu conheço-te. Mas de uma maneira diferente. Fazes-me lembrar a minha ex-namorada.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

"Happy ending?" ... 8º Capítulo

Deixaram-se afundar no sorriso um do outro durante vários longos minutos. Não se preocuparam com o tempo que ali ficaram, nem se alguém já tinha dado pela sua falta. Apenas se concentravam em não quebrar o contacto visual. Os seus corpos iam-se juntando cada vez mais. Nenhum deles o conseguia impedir. Começavam a ouvir a respiração acelerada um do outro. Sem nenhum dos dois dar por nada, os seus lábios já se encontravam a milímetros de distância.
- Desculpa… Não posso. – Mel desviou o olhar e fugiu novamente. Tom ficara, mais uma vez, perplexo. Porque é que ela lhe fazia aquilo? Apenas tinham estado duas vezes juntos. E nessas duas vezes, Tom deixara-a escapar. Sentia um aperto no coração por ela ter fugido. Mel continuava a correr, até que finalmente chegara ao andar da festa. Continuava com o casaco de Tom vestido. Arrependeu-se rapidamente do que havia feito. Porque havia ela fugido? Fechou os olhos com força e desejou não estar ali. Desejou estar novamente no telhado junto de Tom. Apercebeu-se de que isso não seria possível e voltou abrir os olhos. A festa continuava a decorrer. Apressou-se a tirar o casaco de Tom e a voltar para junto de Dan.
- Então Mel? Demoraste imenso tempo.
- Pois. Desculpa.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não. Estive só a retocar a maquilhagem.
- Está bem. Parece que a festa já deu o que tinha a dar. Vamos embora?
- Sim, vamos… A festa já deu mesmo o que tinha a dar. – Sussurrou baixinho, para que Dan não a interrogasse. Escondeu o casaco de Tom junto com as suas coisas, para que não o descobrissem. Quando regressaram ao hotel, Mel apressou-se a subir para o seu quarto, para guardar o casaco de Tom. Tinha de arranjar alguma maneira de o devolver. Talvez ele até estivesse hospedado no mesmo hotel. Deitou-se na cama, junto de Dan. Aconchegou-se no seu abraço e deixou que o sono a levasse. Tom voltou a aparecer. Voltou a beijá-la. Voltou a dizer que a amava. Mas desta vez, Mel não fugiu. Retribuiu-lhe os beijos e os “amo-te” que Tom lhe dirigiu.

terça-feira, 22 de julho de 2008

"Happy ending?" ... 7º Capítulo

As luzes da enorme sala foram apagadas. A banda subira ao palco. As luzes haviam voltado, mas apenas no sítio onde a banda começava a actuar. Atrás deles, passavam as imagens de um videoclip. Bill debruçava-se com o microfone de uma maneira estranha ao cantar. Georg e Tom concentravam-se na melodia. Gustav dominava a bateria. Cantaram a música “Monsoon” com toda a garra, pois notava-se que queriam impressionar. A música avançava e o rosto de Mel reflectia admiração. A melodia invadia-a. Nunca pensou que podiam ter tanto talento. O último refrão havia chegado. Inesperadamente, uma queda de água caiu sobre a banda. Tal como a música dizia: “Através da tempestade.” Todos os presentes se admiraram com tamanho espectáculo. As fãs foram levadas ao delírio. Por toda a sala ouviam-se comentários de aprovação. A banda vibrou ainda mais com a água gelada que lhes caía em cima. Saíram os 4 do palco, gelados até aos ossos. Mel ficara deveras impressionada com a actuação. Tal como previsto, Mel e Dan dirigiram-se à after party no fim da cerimónia. O olhar de Mel dirigia-se a todo o lado, à procura de Tom. Por mais que procurasse, a sua silhueta não aparecia. Mel começava a ficar ansiosa por puder ver mais uma vez o olhar penetrante de Tom.
- Vou ao WC. – Informou Mel. Imediatamente, um dos seguranças que os acompanhavam se aproximou.
- Eu vou sozinha Michael. Não demoro. – Sem dar tempo nem ao segurança, nem a Dan de argumentarem, virou costas. Conseguia sentir o olhar de ambos cravados em si. Virou a esquina em direcção ao WC. A sua intenção nunca fora ir verdadeiramente à casa de banho, mas sim tentar ir ao telhado. Quando se certificou que Dan e o segurança tinham desviado o olhar, entrou num elevador e subiu até ao último andar. O muro do topo do edifício fazia uma espécie de varanda. Mel dirigiu-se até lá. Observou as estrelas com todo o cuidado que estas pediam. Um sopro de vento frio passou por ela, fazendo-a arrepiar-se. Cruzou os braços, numa tentativa de se aquecer. Tremia cada vez mais, mas não queria sair dali. Sentiu algo quente cair nos seus ombros. Apressou-se a vestir o casaco que alguém lhe havia oferecido. Virou-se para o seu lado esquerdo e o olhar que tanto procurou, voltou a invadi-la. O seu coração saltou e o seu corpo aqueceu-se.
- Tom Kaulitz, prazer.
- Melinda Allen, prazer. – Nos lábios de ambos, um sorriso se formou. Talvez o sorriso mais puro e inocente que toda esta história acabaria por trazer.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

"Happy ending?" ... 6º Capítulo

A cerimónia passava-se à volta de Mel. O seu corpo encontrava-se ali, mas a sua mente viajava pelas recordações dos seus sonhos. Só pensava em Tom. Queria voltar a encontrá-lo. Precisava de o fazer. Dan continuava a falar com ela, apesar de só acenar afirmativamente com a cabeça às suas perguntas.
- Mel, é a minha vez de entregar um dos prémios. Ficas bem?
- Sim, claro. – Não tomou muita atenção ao que Dan lhe tinha dito. Viu-o encaminhar-se para os bastidores da cerimónia. Tentava lembrar-se da categoria que ele iria apresentar. “Best Inter Act”, pensou. Ouviu a voz de Dan a anunciar o vencedor da categoria. Uma banda chamada “Tokio Hotel”. Dirigiu o seu olhar para o palco. Viu quatro figuras dirigirem-se para lá, eufóricas de alegria. Quatro rapazes cumprimentaram Dan e agradeceram-lhe. Mel reconheceu-o de imediato. Era Tom, o rapaz do elevador. O rapaz que ela não conhecia e mesmo assim tinha beijado. Apesar de Tom parecer estar feliz, Mel sabia que isso não era verdade. Notava o seu sofrimento no olhar. Prometeu para si mesma tentar ajudá-lo, mesmo não sabendo como. Viu a banda sair do palco, em êxtase. Minutos depois, Dan regressou à sua companhia.
- Mel, a cerimónia está prestes a acabar. Só faltam alguns prémios e actuações, como da banda a quem entreguei agora o prémio. Ficámos para a after show party, ou preferes voltar para o hotel?
- Podemos ficar. Ou tu queres ir embora?
- Não. Também prefiro ficar e divertir-me um pouco. – Mel quis ficar não pela festa, mas sim pela banda. Queria tentar ter o mínimo contacto possível com Tom. A última actuação havia, finalmente, chegado.

sábado, 19 de julho de 2008

"Happy ending?" ... 5º Capítulo

Correu o mais que pode. Trancou-se numa das casas de banho do edifício. Mirou o seu reflexo no espelho. Continuava elegantemente apresentável, apesar do seu ar ofegante. Algo na sua face se encontrava diferente. A lágrima que deixara cair, marcara o seu rosto. Sentia-se fraca. Não por ter corrido, mas pelo beijo que trocara com Tom. Pensava naquele cenário todo, e nada lhe fazia sentido. Como poderia alguém como ele existir? Pensava nele como sendo o seu príncipe encantado, que nunca iria encontrar. Mas isso havia mudado. Ele aparecera. Como fora ela beijá-lo? Não encontrava explicação. Repetiu para si, vezes sem conta, a mesma frase. “Não o podias ter feito. O Dan não o merecia.” Lavou a cara com água, de maneira que a marca da lágrima desapareceu. Ganhou coragem e saiu da casa de banho. Na sua direcção, encaminhavam-se 3 homens. Dois deles, de aspecto musculado e vestidos de perto. Aparentavam ser seguranças. O outro era apenas um rapaz nos seus perfeitos 18 anos. Estrutura média, magro, cabelo castanho claro e curto. Os seus olhos eram de um azul claro e profundo.
-Estás bem Mel? – Perguntou-lhe Dan com um tom preocupado.
- Sim Dan, estou. – Não o olhava nos olhos. Tinha medo que ele descobrisse que ela beijara outro rapaz.
- Mel… - Levantou-lhe o queixo. O seu olhar azul invadiu-a. Mel lutou com todas as suas forças contra as lágrimas. – Pareces distante… Passou-se alguma coisa?
- Não. Apenas me doía a cabeça. – Dan abraçou-a, como se a quisesse proteger. Em seguida, beijou-a. Mel sentiu-se estranha. Já não gostava do seu beijo. Já não o queria. Desejou sentir os lábios de Tom, apesar de saber que isso seria impossível.
- Vamos? A cerimónia está prestes a começar.
- Sim, vamos…

sexta-feira, 18 de julho de 2008

"Happy ending?" ... 4º Capítulo

A rapariga fica preocupada perante a falta de reacção de Tom. Interroga-o novamente.
- Já nos conhecemos? – As memórias dos seus sonhos invadiam a sua mente. Recordava-se do sorriso resplandecente do rapaz que se encontrava à sua frente. Do brilho do seu olhar. Mas nada disso parece igual. O sorriso desaparecera. O brilho do olhar apagara-se. Recordava-se do seu nome: Tom.
- Raquel… - Finalmente Tom reagira. Abraçou a rapariga com todas as suas forças e deixou que lágrimas escorressem pelo seu rosto. A rapariga não o impediu de o fazer. Reconhecia o abraço. O abraço que ela sentia nos seus sonhos. Amarrou-o também. Afagou-lhe as rastas, tal como o já o tinha feito em sonhos. Sussurrou-lhe. “Tem calma. Eu estou aqui, vai correr tudo bem.” Não sabia se Tom a entendia, mas não se importou com isso. Deixou que as lágrimas de Tom se escondessem no seu vestido. Sentiram um abanão no elevador, que de seguida parou. Encravara, talvez, no melhor momento. Continuavam abraçados, sem se preocuparem com a situação. Deixaram-se cair de joelhos. As lágrimas de Tom pareciam não cessar. A rapariga levantou-lhe o queixo e sem pensar em mais nada, juntou os seus lábios com os de Tom. Este, retribuiu o beijo. Ambos conheciam o sabor dos lábios um do outro, mas nenhum sabia porquê. Tinha sido a primeira vez que se tinham visto e talvez a mais especial e única. Quebraram o beijo e encostaram a testa um no outro. Dos olhos dos dois, uma gota de água quente escorreu. O elevador regressou ao funcionamento. A porta abriu. Ambos se levantaram. Inexplicavelmente, a rapariga virou costas a Tom e correu para longe do elevador.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

"Happy ending?" ... 3º Capítulo

Uma figura feminina faz o seu olhar paralisar. Tom não pensa duas vezes e encaminha-se até ela. O seu ritmo cardíaco acelera, fazendo-o transpirar. Tom aproxima-se o suficiente para ouvir a rapariga falar em inglês. O seu corpo arrepia-se. A rapariga desvia o olhar, encontrando-se com o de Tom. Este, fica imóvel e sem reacção. Os olhos castanhos chocolate da rapariga, atravessam-no. “Como é que alguém pode ser tão parecido com ela?” Pensa Tom. O cabelo castanho-escuro, levemente ondulado da rapariga, fazia-o lembrar a sua namorada. Os seus lábios eram exactamente iguais. A sua pele morena, lisa e macia recordava-lhe momentos esquecidos. O vestido branco que trazia, acentuava-lhe na perfeição. Os olhos de Tom ficam enublados, devido às lágrimas que se começam a formar. Um segurança dirige-se à rapariga, fazendo-a quebrar o contacto visual com Tom. Esta, encaminha-se para um dos elevadores, por ordem do segurança. Inevitavelmente, Tom segue-a. Entram os dois no elevador. A porta fecha-se, deixando-os sozinhos. Tom sente o perfume doce que a rapariga traz. O seu corpo treme. Também a rapariga se sente um pouco nervosa, sob o olhar fixador de Tom. Sente que o conhece, que já o viu, que já teve uma história com ele. Mas apercebe-se de que isso é algo impossível porque lembrar-se-ia. Vira-se frente a frente para Tom. Reconhece-o dos seus sonhos. O rapaz que todas as noites aparece dizendo que a ama. Não acredita no que está a acontecer. Toda esta situação é demasiado irreal.
- Desculpa, eu conheço-te? – Pergunta ela timidamente, no seu inglês perfeito. Tom não responde, não pestaneja, não reage.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

"Happy ending?" ... 2º Capítulo

Uma semana se passou. Nessa semana, não houve um único dia em que Tom não pensasse na tal rapariga. Ela percorria a sua mente como se a cabeça de Tom lhe pertencesse. O desejo de a conhecer começava a manifestar-se. O puro sorriso que a rapariga transmitia nas fotos, repetia-se e repetia-se no pensamento de Tom. Estava a deixá-lo obcecado. Contava todas as horas até aos EMA, que esse ano se realizavam em Munique. Desejava com todas as suas forças, que a rapariga surgisse à sua frente. Podia ser por apenas meros segundos, mas Tom sentia a necessidade de comprovar que ela existia. Felizmente para Tom, o tal dia rapidamente chegou. Sentia-se estranhamente nervoso. Não aquele nervos normal, ao qual já se encontrava habituado devido aos concertos. Este nervoso miudinho era outro. Como se ele percebesse que algo de importante se iria passar. Os 4 elementos da banda aprumaram-se mais do que o habitual. Bill vestiu umas calças brancas, camisola igualmente branca, umas sapatilhas adidas, brancas, e um casaco de cabedal, castanho. Combinou os melhores acessórios. Espetou cuidadosamente o seu cabelo. Georg esticou o seu mais do que o normal. Calças de ganga escura, camisola preta, casaco também preto e umas sapatilhas brancas, davam-lhe o estilo necessário para essa noite. Gustav, também todo vestido de preto, sentia-se perfeito. E por fim, Tom. Calças de ganga escura, camisola, casaco e sapatilhas, brancos. Prendeu as suas longas rastas no habitual gorro preto. Sem esqecer o seu acessório de marca: o boné. Desta vez, um vermelho e branco. Todos colocaram os seus melhores sorrisos e dirigiram-se para o edifício onde decorreria a entrega de prémios. Dominaram a red carpet. Sentiram-se bem, no topo do mundo, com todos aqueles jornalistas e fotógrafos, todos com o olhar posto neles. Um jornalista do canal de música MTV, aproxima-se dos 4 rapazes e faz-lhes algumas perguntas, enquanto tudo é capturado por máquinas fotográficas e de vídeo. Como habitual, Bill responde com todo o ânimo possível e imaginário. Os outros 3 elementos abanam afirmativamente a cabeça, para apoiar as respostas de Bill. Tom desvia por segundos o seu olhar para o fim da red carpet.

terça-feira, 15 de julho de 2008

"Happy ending?" ... 1º Capítulo

Olá! Bem, a pedido da administração do blog, vou postar aqui a minha fic. Ainda não está terminada, mas já está bastante adiantada. Postarei um capítulo por dia. Atá agora as reacções à fic têm sido bastante boas, espero que também seja do vosso agrado!
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“Nova namorada de Daniel Radcliffe é portuguesa, de origens britânicas, com a mesma idade do jovem actor. O casal aparenta estar super apaixonado…”

Tom Kaulitz lê e observa esta artigo acompanhado de uma foto do dito casal, que foi publicado na revista alemã “Popcorn”. Três dos elementos da famosa banda “Tokio Hotel” encontram-se reunidos no quarto do 4º elemento da banda, Bill Kaulitz. Tom, seu gémeo, encontra-se sentado numa poltrona perto da varanda, com a dita revista no colo. Georg Listing, o Hobbit, afina um dos seus muitos baixos em cima da cama. Gustav Schäfer, baterista da banda, “pratica” exercícios de bateria, numa bateria imaginária, enquanto ouve música. Finalmente, Bill kaulitz, aquele que dá a cara pelo grupo, entra calmamente no quarto, cantarolando uma música de Neena.
- A ler revistas de meninas, Tommy? – Pergunta Georg.
- Minha querida, - Goza Tom – gosto de saber o que dizem as revistas jovens sobre nós.
- Mas não me parece que o “Harry Potter” faça parte da nossa banda. – Intervém Bill, aproximando-se o suficiente de Tom para visualizar uma foto do célebre actor.
- Eu sei. A mim não me interessa o gajo. A namorada é que é boa!!
- Não mudas mesmo, pois não? – Pergunta Georg com ar despreocupado.
- Prometi a alguém que não o faria. – Responde-lhe Tom, com uma ponta de tristeza na sua grossa voz.
- Ouvi dizer que ele vai entregar um prémio nos EMA da próxima semana.
- Espero que leve a namorada.
- És crente de que vais estragar o namoro deles em apenas uma noite?
- Pensei que já sabias que não deves duvidar do meu poder de sedução, Georgi.
- Vai sonhando…
- Deixa lá ver a foto da rapariga… - Pede Bill.
- Delicia-te. – Tom atira a revista a Bill, que se encontra a revirar uma das suas malas à procura de uma das suas muitas camisolas.
- Bem, ela é mesmo parecida com a Raquel… - Bill arrepende-se do que acabou de dizer, quando vê Tom estremecer ao ouvir o nome da rapariga.
- Desculpa Tom. Foi sem intenção.
- Eu sei Bill. Não te preocupes. – Tom fala com o choro na voz, apesar de tentar disfarçar. Levanta-se da poltrona.
- Depois passa a revista ao Listing. Pode ser que ele aprenda alguma coisa nas páginas em que fala de sexo.
- Tu é que tens muito que aprender comigo, meu caro.
- Nem nos teus melhores sonhos, amigo.. – Tom caminha em direcção à porta do quarto, pegando na sua guitarra.
- Onde vais?
- A um sítio especial… - Tom sai e deixa a porta fechar-se atrás de si. Nesse momento, Gustav regressa à realidade.
- Passou-se alguma coisa malta?
- Não Gusti. – Tom entra num dos elevadores e pressiona o botão do último andar. O elevador sobe e as lágrimas nos olhos de Tom ganham cada vez mais consistência. O elevador pára. Tom sai e sobe um lance de escadas, tornando-se cada vez mais difícil para ele, combater as lágrimas. Abre a porta de acesso ao telhado. Caminha até chegar ao rebordo do edifício, onde se senta com as pernas do lado de fora. Coloca a sua guitarra nas mãos e começa a tocar e a cantar baixinho:

“Ich schrei in die Nacht für Dich.
Lass mich nicht im Stich
Spring Nicht
Die Lichter fangen Dich nicht
Sie betrügen Dich
Spring Nicht
Erinner Dich
an Dich und mich
Die Welt da unten zählt nicht
Bitte spring Nicht”

Tocou as últimas notas do refrão da música com o seu olhar centrado no pôr-do-sol laranja. Bill senta-se ao lado de Tom.
- Sempre essa música…
- Ela gostava. – Tom tira um maço de cigarros de um dos bolsos das suas calças.
- E também sei que ela não gostava que tu fumasses.
- Mas eu adorava quando ela se fingia de zangada comigo por causa disto.
- Eu lembro-me…
- Mas tens razão, ela não gostava. – Tom atira o maço de cigarros do edifício abaixo.
- Às vezes, gostava de puder largar tudo e todos e de ir ter com ela. Esteja ela onde estiver.
- Ainda bem que não o fazes.
- Sabes muito bem porquê…
- Pois sei. Tom, temos de ir.
- Eu sei. Vamos lá. – Descem até à entrada do hotel, para se reunirem com o resto da banda.
No concerto dessa noite, como habitual, a banda arrasou. Mas na mente de Tom, duas pessoas reinavam: a namorada e de Daniel Radcliffe e a sua rapariga…